Piotr Lújin veste a vaidade como armadura. Frio, calculista, cheio de palavras doces e intenções duvidosas, esconde ambição atrás de um verniz de moralidade. Cruza o caminho de Raskólnikov com promessas e discursos que cheiram a interesse. Quer parecer justo, mas tudo nele grita controle. E orgulho. Muito orgulho.

Dostoiévski nos arrasta pelas vielas úmidas e opressoras de São Petersburgo e pela mente em convulsão de Raskólnikov, um jovem que tenta provar sua teoria fria num mundo que sangra. Dividido entre orgulho e culpa, razão e desespero, ele mergulha num abismo sem garantias de volta. Cada página é um confronto. Leitura densa, crua e implacável, que desmonta certezas e fere onde a alma se esconde.

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