Padre João veste batina como se fosse armadura — por dentro, esconde ambições mais humanas que santas. Entre o altar e a esperteza, carrega o olhar de quem pesa o bolso antes da bênção. Sua ligação com João é cômica e crítica: os dois se enfrentam, se testam e se revelam no teatro da fé.

Ariano Suassuna escreveu O Auto da Compadecida como quem borda riso e desespero na mesma linha. No sertão seco, entre igrejas e cangaceiros, vive João Grilo — franzino, faminto e esperto feito um galope de ideia. Entre a fé e a trapaça, ele tenta sobreviver onde o mundo parece ter esquecido a misericórdia. A peça escancara a alma humana num palco de barro, onde cada escolha carrega o peso de existir. Ler é rir, pensar… e não sair ileso.

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