Ferdyshchenko é o tipo de homem que vive da sombra, sempre pronto para provocar e se fazer notar, mas nunca sem sentir o peso do próprio ridículo. Entre risos nervosos e gestos exagerados, ele esconde uma miséria emocional que se reflete em cada palavra que diz. Sua relação com Míshkin é um espelho distorcido: o príncipe, a pureza; ele, o reflexo sujo da vaidade humana.

Escrito por Fiódor Dostoiévski, O Idiota mergulha num mundo onde a neve encobre feridas e salões dourados escondem abismos. No centro, o Príncipe Míshkin — frágil, puro, um estranho em terra de lobos — caminha como quem carrega a alma do mundo nos ombros. Sua bondade, quase insana, estremece uma sociedade em ruínas morais. Uma viagem pela beleza e pela dor, que não se lê impunemente. Quem entra em O Idiota não sai o mesmo.

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