Ela vive em dois mundos: Aldonça, crua, rústica, mulher de carne e cansaço; Dulcinéia, ideal, inalcançável, musa de um amor que não pede licença à realidade. Seu rosto carrega a batalha entre o que é e o que se espera ser. Mulher que talvez nunca soube que era musa, torna-se bandeira de batalha. Na mente de Dom Quixote, é feita de ouro, perfume e estrela. Um amor que não se toca, mas que guia, cega, salva e destrói. Símbolo do que se inventa pra dar sentido à vida.

Escrito por Miguel de Cervantes, Dom Quixote é o retrato comovente de um homem que troca o peso do mundo pelo delírio da coragem. No calor seco da Mancha, ele cavalga entre o riso e o abismo, entre a loucura e a lucidez, armado de livros, ilusões e uma sede insaciável por justiça. A cada página, a realidade se curva ao sonho — ou o contrário. Ler este livro é deixar-se ferir de beleza e não querer ser curado nunca mais.

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