
Capitão Ahab
Homem talhado a fogo, Ahab queima por dentro como madeira seca prestes a estalar. Comanda o navio com punho de ferro e olhar febril, onde razão e loucura se misturam num só rosto. Carrega no peito um vazio ensurdecedor e nas veias um furor mudo. Para Ishmael, é figura de espanto e sombra, quase um mito vivo em carne dilacerada.

Moby Dick
Herman Melville nos lança ao mar com Moby Dick, onde o capitão Ahab, figura febril e ferida, persegue um fantasma branco em forma de baleia. Em meio à imensidão salgada, o navio vira palco de um duelo surdo entre homem e destino, razão e delírio. O oceano não perdoa, mas reflete. A cada página, algo em nós afunda, algo ressurge. Uma leitura que não termina quando fecha o livro — ela continua dentro da gente, como um eco que nunca some.
