Brás Cubas é o narrador que conta sua vida do fim pro começo, rindo da própria ruína com elegância cínica. Filho da elite, mimado pela sorte e pelos caprichos, mergulha nas memórias como quem folheia um álbum mofado — entre ironias, delírios e vaidade ferida. É vaidoso, sim. Mas lúcido até o osso.

Machado de Assis nos apresenta Brás Cubas, um morto cheio de vida que decide narrar sua história sem filtros, pudores ou máscaras. Entre memórias caprichosas, devaneios agudos e cutucadas certeiras na alma humana, ele escancara o riso amargo da existência num Rio de Janeiro onde tudo é aparência, convenção, teatro. É leitura que arranca o chão devagar, desarma certezas e não deixa ninguém inteiro ao fim da última página.

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