
Piedade
Antes, esposa. Depois, sombra. Piedade é corpo grande, olhar manso, alma cansada. Mulher do Jerônimo, gira em torno do que perde. A bebida vira reza, o choro vira vÃcio. Vive entre panelas e silêncios, esperando — talvez em vão — que o tempo devolva o que levou sem pedir.

O Cortiço
AluÃsio Azevedo mergulha na alma urbana em O Cortiço, um romance onde a lama sobe pelos pés e o desejo se infiltra pelas frestas. João Romão, homem miúdo de olhos estreitos, trava uma luta silenciosa entre a ganância que o move e o vazio que o consome. No calor sufocante do cortiço, onde corpos fervem e vontades se cruzam, tudo se mistura: suor, miséria, paixão e poder. É uma leitura que raspa a pele — e marca por dentro.
