
Jerônimo
Homem grande, de mãos firmes e rosto fechado. Veio de longe, com a rigidez de quem acredita no certo e no esforço. Mas há um calor novo que o chama, um cheiro no ar que desmancha sua armadura. No cortiço, seu corpo muda antes do juízo. A disciplina vira desejo — e o dever perde a briga.

O Cortiço
Aluísio Azevedo mergulha na alma urbana em O Cortiço, um romance onde a lama sobe pelos pés e o desejo se infiltra pelas frestas. João Romão, homem miúdo de olhos estreitos, trava uma luta silenciosa entre a ganância que o move e o vazio que o consome. No calor sufocante do cortiço, onde corpos fervem e vontades se cruzam, tudo se mistura: suor, miséria, paixão e poder. É uma leitura que raspa a pele — e marca por dentro.
